sexta-feira, 30 de abril de 2010


 A Cinderela não! A Rainha.

Era uma vez um belo castelo onde uma majestosa rainha encontrava-se grávida e conversava calmamente sobre o futuro com seu esposo, o rei:
 Rainha - Meu esposo amado, agora que sabemos que nosso filho é um homem, precisamos de um nome urgente para ele!
 Rei - Acalme-se docinho, nosso príncipe irá demorar à nascer, você não está nem metade do que deverá ficar.
 Rainha - Metade? Metade do que? Você estaria por um acaso me chamando de gorda?
 Rei - Ca-claro que não! Nem metade da fofura e beleza que você deverá ficar quando chegar a hora do nosso príncipe nascer!
 Rainha - Príncipe! Que nome lindo! Esse será o nome do nosso filho.
 Rei  - Criativo!
 Rainha - E a esposa? Devemos escolher uma moça bela, refinada, majestosa e inteligentíssima como eu. Não é mesmo querido?
 Rei – Minha dama, é mais justo que ele possa fazer a escolha de sua amada.
 Rainha – Sim, até porque seria impossível nós encontrarmos alguém tão bela, refinada, majestosa e inteligentíssima quanto eu. Assim, quando ele completar 20 anos nós organizaremos um grande baile convidando todas as moças do povoado, para que ele possa escolher sua amada.
 Durante os 20 anos que se seguiram a rainha imaginou como seria feito o baile, desde os guardanapos com detalhes de cetim até a música e a iluminação, onde o seu filho Príncipe encontraria a sua amada (não tão bela quanto ela, porém muito rica e de uma beleza invejável).
 É chegado o dia tão esperado do baile.
A rainha com sua coroa no alto da cabeça e com um vestido amarelo bem rodado, cheio de brilhantes pregados nas faixas de cetim. Fez questão em recepcionar todas as jovens pretendentes do seu filho.
  As jovens chegavam de toda parte do povoado, sempre acompanhadas de suas mães que na porta do castelo retocavam o pó de arroz e as dobras dos vestidos. Algumas  jovens chamavam muita atenção outras estavam apagadinhas, apagadinhas.
 E quando a rainha já havia dado o término da recepção, eis que surge uma carruagem um tanto fora dos padrões:
 Rainha – Olá minha jovem! Qual a sua graça? Seus pais devem ser grandes comerciantes de legumes. Estou certa?
Jovem – Meu nome é Cinderela. Meus pais não eram comerciantes de legumes, Majestade!
 Rainha – Hum! Cinderela, onde foi que conseguiu cavalos brancos tão saudáveis e majestosos e essa enorme carruagem feita de abóbora?
 Cinderela -  Uma amiga mágica conseguiu tudo isso para mim.
 Rainha – A sua mãe, onde está?
 Cinderela – Eu moro com minha madrasta, que já esta no baile.
 Rainha – Mocinha você não roubou de ninguém esse belo vestido e esses sapatinhos de cristal, roubou?
Neste momento a rainha é surpreendida por uma senhorinha fofinha que já empurrando a jovem para dentro do baile diz-lhe ao pé do ouvido algumas palavras e apontando para o relógio some na multidão de dançarinas rodando e lançando olhares para o príncipe.
 Rainha – O príncipe! Meu filho está tão belo e... acompanhado. Quem? Aquela mocinha dos sapatinhos e da carruagem extravagante! Ah pelos tronos dos antepassados! Acho que vou desmaiar!
 Antes que a rainha pudesse pensar em dizer alguma coisa levam-na para fora do castelo para que tomsse um ar.
 Rainha – Olhem só já soou a oitava badalada da meia noite e meu filho ainda não encontrou sua amada.
  A garota que dançava com o seu filho, a Cinderela, começa a correr desesperadamente pelo salão, na escada deixa cair um dos seus sapatinhos de cristal e some com sua carruagem extravagante.
  Príncipe – Mamãe! Você viu a minha amada passar por aqui? Ela saiu tão depressa não tive tempo de perguntar o seu nome.
 Rainha – Oh meu filho! Não me diga que apaixonou-se por uma garota – legume?
 Príncipe – O que disse mamãe? E que sapatinho é este em suas mãos?
 Rainha -  Não importa meu filho! Se você está realmente apaixonado por essa moça, o que posso fazer a respeito? Pegue este sapatinho e encontre a dona que o deixou cair.
 Príncipe – Que maravilha! este sapatinho é da minha amada! O pé que nele se encaixar será o dela.
 Rainha – E eu o acompanharei na busca da futura princesa-legume.
A Rainha e seu filho apaixonado procuraram incessantemente pelo pezinho perfeito  aquele sapato, mas parecia que nunca o encontrariam. Após muitos apertões e várias tentativas de provar que o sapatinho estava perfeito. A Rainha e o Príncipe chegaram a última casa do povoado. Era de uma senhora muito vaidosa e arrogante, que cultivava enormes abóboras.
 Rainha – Olá senhora! Belas abóboras. Qual a sua graça?
 Madrasta – Aprecio que me chamem de Madrasta! As abóboras? Minha escrava que as cultivou. O-o-o que? Príncipe? Rainha? Muitíssimo bem-vindos. Entrem, por favor!
 Rainha – A senhora tem filhas?
 Madrasta – Tenho duas meninas.
 Rainha – Mande chamá-las por favor?
 Madrasta – Cinderela! Cinderela! Chame as meninas, o príncipe deseja vê-las.
Quando a Cinderela entrou na sala com as meninas, o príncipe reconhecendo sua amada aprontou-se a colocar o sapatinho sem seus pés.
 Príncipe – Veja Mamãe! É ela! minha amada!
 Madrasta – Não pode ser! Ela é simples, não sabe mentir não será uma boa rainha.
Cinderela – É verdade, não tenho riqueza alguma e esse sapatinha foi presente da minha fada-madrinha
 Príncipe – Não importa, eu a amo desta forma!
 Rainha – E depois de todas as garotas mentirosas que conheci nesta busca percebo que só a Cinderela pode casar-se com o meu Príncipe, ao contrário das outras jovens ela não mentiu sobre o sapatinho ou sobre sua riqueza, ela pode não ser tão bela quanto eu, mas fará sopas de legumes maravilhosas no castelo.
E viveram felizes para sempre.

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